segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Cresce o números de casos de sífilis no país



Em 2015, foram notificados 65.878 casos de sífilis adquirida no País, sendo 33.381 em gestantes. A taxa entre elas aumentou de 3,7 para 11,2 casos a cada 1 mil nascidos vivos, entre 2010 e 2015 – um aumento em torno de 200%.No caso da sífilis congênita, as taxas foram de 2,4 para 6,5 casos para cada 1 mil nascidos vivos, no mesmo período. Em 2015, o País registrou em torno de 40 mil casos de sífilis congênita. As mortes provocadas pela doença também cresceram de forma expressiva: a taxa de mortalidade é de 7,4 casos para cada 100 mil nascidos vivos

A Dra. Ana Cláudia Sodré explica os motivos: primeiro porque teve um aumento da cobertura em termo de assistência médica através da saúde de família, inclusive de uns anos para cá a Prefeitura do Rio de Janeiro e de outras cidades têm feito a implementação deste projeto, que consegue atingir um atendimento mais próximo da população. Então, quando se tem mais atendimentos, se têm mais diagnósticos e quanto mais diagnóstico, mais notificação em aumento doa casos.

A segunda causa é por causa da falta do medicamento. Se trata de um medicamento barato, que normalmente cura a maioria dos casos da sífilis, que é a penicilina benzatina e a falta deste medicamento do mercado farmacológico, (já que a China parou com a produção do mesmo e a distribuição para as farmácias para poder obrigar o aumento do preço). “Quem lida com o comércio de medicamento preocupa-se com o lucro, mesmo que este lucro seja às custas da dispensa e da prevalência da  doença. No Sudeste, estas formas duas das causas onde isso ocorreu”, disse.

Da sociedade médica geralmente temos fóruns para tratar esta política de gestão. A maioria destes atendimentos são feitos em unidades de saúde, então esses métodos da implementação desses programas de saúde familiar é o que consegue chegar mais próximo da paciente, através da prestação de uma saúde mais barata e que a logística deste atendimento  consegue oferecer à população um diagnóstico correto através da assistência que chega através da consulta de rotina.

Ela completa ainda, que “não existe no Brasil a cultura da prevenção. Então o paciente espera a sintomatologia para conseguir ou ir buscar um atendimento. Por exemplo: se aparece uma ferida, ao invés de ir ao médico, ele vai ao balcão da farmácia. Essa é a cultura que prevalece e afasta o paciente do médico e do diagnóstico. Quem atende é o balconista, que não tem o conhecimento de um médico para diagnosticar e receitar. O interesse maior é no lado comercial, no lucro, infelizmente. É por isso que existem  hoje uma quantidade três vezes maior de farmácias do que de fato precisamos. As unidades de saúde estão dispostas a atender as pacientes da maneira devida”, comenta a ginecologista.


 A doença é altamente curável e de custo baixo. O paciente é acostumado a pensar: se não sinto nada, não irei ao médico. E quando sentem algo ele tenta se automedicar. A cultura da prevenção é muito reduzida.
Nós temos o Atendimento de Atenção Básica, que é feita nas unidades de saúde e o então o diagnóstico é baseado num tripé: anamnese (formulário de perguntas e repostas sobre a história do paciente); depois o exame físico para verificar os sintomas sobre o que o paciente tem; e por fim, o exame complementar. Por exemplo: se ele te apresenta uma ferida na parte genital. Uma ferida até então indolor: daí suspeitamos da sífilis e fazemos o exame complementar.

Depois que o médico vê o exame e tem o diagnostico ele vai aplicar o tratamento de acordo com o grau da doença. Não é uma doença para ser automedicada.

A sífilis é uma doença e como qualquer outra quando não tratada, ela evolui para casos mais graves. Pode ser feita a neuro sífilis, quando há lesões nos cordões medulares e a pessoa fica com uma marca típica de problemas neurológicos, além dos problemas de pele, úlceras na boca, o acometimento dos órgãos internos, além de vários sintomas que a doença pode causar. O diagnóstico precoce e os tratamentos certos evitam estas formas mais graves  da doença .

Normalmente na fase primária e secundária, é bem mais eficaz. Se há uma ferida em qualquer parte do corpo, especialmente na parte genital, procure um médico ou um ambulatório ao invés  de emergência.  O importante é que haja um atendimento responsável.

Na triagem do pré-natal existe uma exame chamado VDRL (sigla em inglês que significa Venereal Disease Research Laboratory), que é um exame de sangue que serve para diagnosticar a sífilis, ou lues, que é uma doença sexualmente transmissível.

Quando se diagnostica na grávida, e de acordo com o grau da doença, é aplicado o tratamento na dosagem.  Na maioria das vezes é usado a Penicilina Benzatina. Se a mulher não fez o pré- natal, o exame é feito na hora do parto, através da coleta do sangue.

Na maioria das vezes quando a infecção começa no início da gestação, ela pode abortar o bebê ou ele pode sofrer algum tipo de deformação.  O VDRL se faz no primeiro e terceiro trimestre da gestação para evitar a doença.

“É importante que as pessoas tenham nas suas cabeças que a saúde preventiva ainda é uma das formas mais baratas e eficazes de tratar quaisquer doenças. Há a necessidade das pessoas terem um médico de confiança para manter um atendimento regular e que possam buscá-lo nos casos de doenças”, finaliza.

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